Outubro é o mês internacional de conscientização sobre o câncer de mama, uma doença que atinge milhares de mulheres no Brasil e no mundo. Embora o diagnóstico precoce e os exames sejam fundamentais, a alimentação saudável também desempenha papel importante tanto na prevenção primária quanto no apoio durante o tratamento. A partir de evidências científicas recentes, este artigo discute recomendações nutricionais para reduzir riscos, bem como cuidados alimentares no contexto oncológico.
Fatores de risco modificáveis relacionados à dieta
1 -Excesso de peso corporal: A obesidade, especialmente após a menopausa, está associada ao aumento do risco de câncer de mama. O elevado conteúdo de gordura corporal contribui para produção de estrogênio extra via tecido adiposo. Controlar peso corporal (geralmente via dieta e atividade física) é uma importante medida preventiva.
2 - Alimentação rica em alimentos ultraprocessados, gorduras saturadas, açúcares refinados: Estas categorias alimentares promovem inflamação crônica, disfunção metabólica, resistência à insulina — todos fatores que podem favorecer processos de promoção tumoral.
3 -Baixo consumo de alimentos de origem vegetal: Frutas, verduras, legumes, cereais integrais, leguminosas, sementes e oleaginosas contêm fibras, compostos fitoquímicos, antioxidantes e anti-inflamatórios que protegem contra danos oxidativos no DNA e contra processos inflamatórios.
4 - Consumo de álcool: O álcool é fator de risco para vários tipos de câncer, incluindo o de mama. Quanto maior o consumo, maior o risco.
Recomendações práticas de dieta
- Consumir oleaginosas (castanhas, nozes, amêndoas) como fontes de gorduras benéficas e antioxidantes, no lugar de alimentos de alta gordura saturada e incluir alimentos com compostos bioativos (por exemplo, vegetais crucíferos como brócolis, repolho; especiarias como cúrcuma) que têm mostrado efeito modulador de processos oxidativos/inflamatórios.
- Escolher modos de preparo que preservem nutrientes (cozidos no vapor, grelhados, assados, evitando frituras pesadas e uso excessivo de açúcares adicionado). Durante tratamento (quimioterapia, radioterapia, cirurgia), também adaptar a dieta para manejar efeitos adversos (náuseas, perda de apetite, alterações no paladar), garantir aporte proteico adequado, vitaminas/minerais para manutenção do estado nutricional.
O INCA (Instituto Nacional de Câncer) é responsável pela publicação “Alimentação” que destaca que dietas ricas em vegetais, evitando ultraprocessados e álcool, mantendo peso corporal adequado, ajudam a prevenir o câncer.
Também há informativos periódicos (“Informativo sobre prevenção de câncer por meio da alimentação, nutrição e atividade física”) que resumem evidências e diretrizes brasileiras/ internacionais, porém, reforçamos que, para uma dieta controlada e organizada, é importante a consulta a um ou uma nutricionista formado, que pode ajudar a reformular hábitos e criar uma rotina de alimentação mais saudável, de acordo com a necessidade de cada indivíduo.